sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

4-

Jennifer não pôde dormir. Passou a noite sonhando com possíveis tarefas e só então percebeu quão apavorada ela estava. Suspirou aliviada ao lembrar que só tinha dois tempos de aula, antes e depois do almoço, então desceu para tomar café calmamente.

Ao sentar-se à mesa, vários alunos a ficaram observando, e ela viu Clov levantando-se da mesa da Sonserina para sentar-se com ela.

- E então campeã, teve uma boa noite de sono?

- Acredito que seja perceptível que não, Clov. – Jen sorriu, apontando para seu cabelo mal arrumado em uma trança apressada.

- Não pode ser diária essa sua falta de sono, moça... Ou vai ficar cansada demais para qualquer coisa. – ele a observou com os olhos brilhando.

- Procurarei me lembrar disso...

- Bom dia Jen, Clov... – João disse, bocejando – Estou atrasadíssimo. Trato das Criaturas Mágicas.

- Eu te acompanho até o canteiro... Preciso de um pouco de ar. Até depois, Clov. – ela acenou, seguindo John porta afora.

Os dois ficaram em silêncio por um tempo. Jennifer detestou isso, pois ouviu diversos comentários de como ela não sobreviveria a primeira tarefa de quase todos por quem eles passaram no caminho.

- Ele tá super afim de você, sabe disso? – João falou, cutucando-a nas costelas.

- Não seja bobo. – ela riu, com cócegas – Tá, talvez. Mas não quer dizer nada.

- É o primeiro cara bonitão que te aparece depois de... você sabe, e vai rejeitá-lo? Tá maluca?

- Quem disse que vou rejeitá-lo? Eu só não tenho tempo pra isso. Tenho que pensar em como passar nas tarefas e tudo o mais... – suspirou.

- Tem seu tutor para te ajudar nisso, Jen. Vai vê-lo hoje. – João lembrou-a – E amanhã tem tempo para relaxar, já que vamos a Hogsmead.

- Dou mais duas horas para Mary te chamar dessa vez – sorriu. – E você tem que aceitar. Eu nem sei se vou de qualquer forma.

- Está certo, mas não diga que não ofereci... – acenou, seguindo para o canteiro onde a aula já começara.

Jennifer sentou em uma pedra, com visão do canteiro. Pôde ver que eles tratavam de explosivins, e que João fazia par com Mary durante a aula. Ganhara a aposta, então... Com certeza. Ficou imaginando quem seria seu tutor, e passou o resto do dia ansiosa para descobrir a resposta.

A noite chegou logo, e Jen sentava-se com João e Kibble. Symons estava em detenção com a professora McGonagall fazia umas três horas, limpando todos os armários da professora, depois de ter feito uma estampa não lisonjeira no seu irmão-poltrona. Estavam discutindo sobre quadribol, e como seria estranho não ter o campeonato esse ano.

O salão foi esvaziando, e pouco antes das oito só restava Jennifer lá, sentada à mesa da Corvinal, estudando um livro de feitiços.Ela o ouviu chegando antes de ele se anunciar, e já se levantara e começara a subir ao mesmo tempo que ele pronunciava as palavras.

- Jennifer Skole... Então serei seu tutor, novamente.

- Novamente? – ela parou no primeiro degrau – Que eu saiba, estudávamos juntos. Totalmente diferente.

- Eu sempre estive alguns anos a frente. Então eu te ajudava.

Ela o olhou então. Nunca o vira tão sério, com uma expressão tão dura e severa... Com tanta frieza ao encará-la. Sentiu-se mal então, como se aquela expressão estivesse exterminando-a por dentro...

- Não quero que você seja meu tutor. – disse, seca.

- Ou era eu, ou o Slughorn, e no momento acredito que eu saiba mais do que você precisa do que ele. – Luke replicou, ríspido.

- Ótimo. Hoje era só apresentação ou já quer ensinar-me algo?

- Talvez devesse te ensinar a ter mais respeito com seus professores. 10 pontos da corvinal por isso.

- Não lhe faltei com o respeito... – “Está sendo injusto..” ela o olhou, arregalando os olhos.

- Sem direito de questionamento. Sugiro nos vermos em minha sala todos os dias, às oito, a partir de amanhã.

- Ok. “Como se eu tivesse escolha.”

- Tem. Se vire sozinha e morra lá... – ele subiu alguns degraus, olhando-a de canto. “Estúpido.”, Jennifer sussurrou enquanto o observava subir.

“Descerebrada.”, Luke replicou, acelerando o passo.

Ela socou a parede e sentou-se, esperando a calma chegar. Ao alcançá-la, voltou para o dormitório, onde mais uma vez passou uma noite cheia de sonhos, onde na maioria morria na primeira tarefa com todos os seus amigos rindo.

No dia seguinte, João realmente conseguira combinar com Mary novamente. Jennifer então seguiu para Hogsmead com Kibble e Symons. Ao chegar na cidade, começaram a discutir onde iriam, e os gêmeos acabaram indo para a Zonko’s enquanto ela foi direto para o Cabeça de Javali. Sentou-se no balcão.

- Um Whisky de fogo, por favor.

O atendente levantou uma sobrancelha, mas serviu-lhe. Quando estava prestes a virar, uma mão segurou seu copo.

- Não vai te fazer bem. – Luke, sussurrou.

- Não te importa. – Jen o ignorou, tomando um gole, que desceu queimando por sua garganta e a fez tossir.

- Eu disse.

- E disse muitas outras coisas. Então, vou continuar te ignorando. – e continuou a tomar.

- Desculpe por ontem. Acho que me exaltei. – ele sussurrou, tomando um gole de cerveja amanteigada. Como a garota nada disse, continuou: - É só que não é bom ver alguém tão jovem arriscando a própria vida assim por nada, além de glória e dinheiro...

- Se você acha que é por isso que me inscrevi, tá na cara que você não me conhece mais. – levantou, após terminar seu copo.

“Jenny...” Ela mal viu seus lábios se moverem.

- Não, Luke. Nada de Jenny. Nada com relação a mim é da sua conta, como você mesmo diz e demonstra. – ergueu a mão quando ele tentou se pronunciar – Não quero ouvir mais você.

E saiu, secando as lágrimas no caminho.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

7

Susan suspirou aliviada. Passara a noite em claro, e o ponto chave para que seu plano funcionasse era tirar John do quarto. Pegou seu celular da bolsa e ligou para o Survey’s:

- Bom dia, aqui é Susan Roth... Meu namorado, Julian vai passar aí para pegar almoço para nós em pouco tempo, mas eu estou querendo fazer uma surpresa... Mas só poderei chegar depois da uma e meia. Será que tem como vocês enrolarem ele um pouco por mim? – ela sorriu ao ouvir a atendente afirmando – Certo. Muito obrigada, até breve.

Isso me deixa cerca de duas horas para acabar tudo..., pensou. Já fechara a conta do quarto, o que a deixaria sair mais rápido. Pegou então a chave que escondera sob o travesseiro e se dirigiu para o guarda-roupa, de onde tirou sua agulha (com algum veneno na ponta) e a faca de John, ambas escondidas em seu par de botas.

Saiu do quarto e seguiu para um outro no final do corredor, fechando a porta atrás de si, tensa. Reservara aquele número em seu nome, de forma a atrair mais atenção.

Após a noite de pesquisas, concluiu que o homem que lhe oferecera bebida na noite anterior nada mais era que Stewart Johnson, matador de aluguel. Pelos crimes anteriores dele, Susan assumiu que ele veria John saindo do prédio e resolveria atacá-la. No entanto, teria que encontrar o quarto onde estava, o que ela facilitou ao criar a reserva em seu nome. Posicionou-se atrás da porta, para surpreendê-lo assim que entrasse – já não precisava de mais informações sobre quem o mandara ou o por quê. Quanto mais rápido acabasse com isso, melhor. Passou seu batom vermelho novamente, e então esperou.